sexta-feira, janeiro 18, 2008

A POBREZA, AS ESTATÍSTICAS E AS MENTIRAS

Caros colegas,
Ora leiam lá esta notícia (e tirem as V/ conclusões):

“De novo a Pobreza”

De 2004 a 2006 a população em risco de pobreza desceu de 20% para 18%. Ainda que os valores sejam preocupantes e acima da média europeia, esta redução é uma boa notícia. Vale a pena tentar entender como é que se conseguiu reduzir estes índices. Em 2006, antes de qualquer transferência social, o risco de pobreza atingia 40% da população. Com o pagamento de pensões este risco descia para 25% e com as restantes transferências sociais para os citados 18%.
Assumir que as pensões de reforma devem ser, pelo menos, iguais ao salário mínimo pago aos trabalhadores (a tão falada convergência das pensões), foi uma medida corajosa e que se dirigia exactamente a estes portugueses, porque se não fossem estas prestações do Estado, continuariam em risco social permanente.
Muitos não se conformaram com esta decisão. A primeira medida que o Partido Socialista tomou foi acabar esta convergência das pensões mínimas com o SMN.
É um erro. É uma injustiça. É a quebra de um princípio básico da solidariedade entre gerações. Este assunto é sério de mais para que daqui se queiram tirar benefícios políticos. É triste ouvir que o comentário do Primeiro-Ministro a este relatório é “estou convencido de que o Complemento Solidário de Idosos [CSI] teve aí um efeito essencial”. É triste porque é falso – ainda que o estudo seja de 2006, os rendimentos analisados são os relativos a 2005, ano em que não existia o CSI – mas é acima de tudo triste porque demonstra a falta de vontade do Primeiro-Ministro de assumir o combate à pobreza como um desígnio Nacional.
Pedro Mota Soares
Deputado (CDS-PP)
in Jornal "Meia-hora", 18/01/2008

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